sexta-feira, 20 de julho de 2012

Novos poemas


SILÊNCIO

Silêncio e nada.

Silêncio em mim,
silêncio em ti,
silêncio nas palavras
nos versos tortos,
pretensiosos
com cheiro de morte.

Silêncio no adeus,
nas cartas de amor,
nos bilhetes perdidos,
nas liturgias,
nos monastérios,
nos corações.

Silêncio na alma,
nos corpos amantes,
na promessas de antes,
nas ruas solitárias,
na chuva fina de inverno,
nos cafés da esquina.

Silêncio e nada.


INSÔNIAS

Dias amenos,
a menos,
ao menos.
Tenho medo.
Ando recluso
entre um sono intranquilo e uma noite sem dormir.


INFORTÚNIOS DA ALMA

Vida par ti da, p e r
d i da
em algum qua
                 rto
             escuro
               da alma
           s   o  l  i  t  á  r  i  a
que se encontra do a
                              v
                            e
                     o s s
na breve consciência de um silêncio mórbido
                 I M O R A L

 

TERMINAL DA SAUDADE



Sem palavras,

à margem do fim do mundo

que se traduz em mim,

em náusea e vômito.



O amor transborda de medo

em cada esquina,

em cada acaso,

cada caso,

cada tempo,

cata-vento.

Deprimido,

sigo adiante

andando para trás.



O frio abranda o coração,

a vida se esgota

no esgoto da alma,

como engodo

e nojo.


VIDA?



Sem escrúpulos,

o coração sangra.

Sem perdão,

a vida segue.

Pelo caminho,

solidão

em alta dosagem.



Sem mim,

sou perdido.

Sem ti,

perco o destino,

perco a vontade

de viver.



Mas o que seria viver?





A VOZ DO SILÊNCIO



À espreita,

os sonhos partem,

repartem,

produzem

medos.



À revelia,

a vida se carnavaliza,

encarna a mentira

e nada diz.



Só o silêncio fala.



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