SILÊNCIO
Silêncio e nada.
Silêncio em mim,
silêncio em ti,
silêncio nas palavras
nos versos tortos,
pretensiosos
com cheiro de morte.
Silêncio no adeus,
nas cartas de amor,
nos bilhetes perdidos,
nas liturgias,
nos monastérios,
nos corações.
Silêncio na alma,
nos corpos amantes,
na promessas de antes,
nas ruas solitárias,
na chuva fina de
inverno,
nos cafés da esquina.
Silêncio e nada.
INSÔNIAS
Dias amenos,
a menos,
ao menos.
Tenho medo.
Ando recluso
entre um sono
intranquilo e uma noite sem dormir.
INFORTÚNIOS
DA ALMA
Vida
par ti da, p e r
d i da
em
algum qua
rto
escuro
da alma
s o l i t á r i a
que
se encontra do a
v
e
o s s
na
breve consciência de um silêncio mórbido
I
M O R A L
TERMINAL DA SAUDADE
Sem palavras,
à margem do fim do mundo
que se traduz em mim,
em náusea e vômito.
O amor transborda de medo
em cada esquina,
em cada acaso,
cada caso,
cada tempo,
cata-vento.
Deprimido,
sigo adiante
andando para trás.
O frio abranda o coração,
a vida se esgota
no esgoto da alma,
como engodo
e nojo.
VIDA?
Sem escrúpulos,
o coração sangra.
Sem perdão,
a vida segue.
Pelo caminho,
solidão
em alta dosagem.
Sem mim,
sou perdido.
Sem ti,
perco o destino,
perco a vontade
de viver.
Mas o que seria viver?
A VOZ DO SILÊNCIO
À espreita,
os sonhos partem,
repartem,
produzem
medos.
À revelia,
a vida se carnavaliza,
encarna a mentira
e nada diz.
Só o silêncio fala.
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