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Resultado do sorteio: 22/11/2013. Participe!
domingo, 3 de novembro de 2013
sábado, 2 de novembro de 2013
"Lembranças de Cássia", 1º romance de Paulo Avila
"Lembranças de Cássia" é o primeiro romance de Paulo Avila. Em breve, haverá o lançamento em Vassouras-RJ. No entanto, o livro já pode ser adquirido no site da Interagir Editora (http://www.interagireditora.com.br/produtos/produtos.php?op=241&isbn=9788565441995) ou na livraria Cia do Livro (Vassouras e Barra do Piraí).
Conheça a capa, os textos das orelhas e da quarta capa. Leia e conheça curiosidades, trechos, ilustrações e notícias sobre o livro, curtindo a página no facebook: https://www.facebook.com/lembrancasdecassia.
Conheça a capa, os textos das orelhas e da quarta capa. Leia e conheça curiosidades, trechos, ilustrações e notícias sobre o livro, curtindo a página no facebook: https://www.facebook.com/lembrancasdecassia.
Capa
Orelha direita (biografia do autor)
Orelha esquerda
Texto da quarta capa (sinopse)
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Alguns poemas novos...
Há partes incompletas
que confundem
um coração
que espera
palpita
e morre aos poucos de saudade.
que confundem
um coração
que espera
palpita
e morre aos poucos de saudade.
a vida perece aos poucos
e deságua na morte
um breve infinito perdido
nas duas pontas do horizonte
e deságua na morte
um breve infinito perdido
nas duas pontas do horizonte
Atento-me
aos nós
em nós.
Peço perdão
sem absolvição.
Um cego diante do espelho.
aos nós
em nós.
Peço perdão
sem absolvição.
Um cego diante do espelho.
Silêncio
na rua
ou sou eu que escureci
ou sou eu que escureci
e
nem percebi?
***
Eu
explosão
de
mim mim mim mim mim
mim mim
mim mim
mim mim
mim mim
mim
mim mim mim mim
mim
mim
mim
mim
mim
mim
mim
***
Reflexo
oxelfeR
d
o
i s
f u
c
o
n
f
u
s
o
diante
dos
vários
e
e
u s
e u s
e u s
que
habitam
em
mim
***
na
noite
passo
e
r
e
p
a
s
s
o
a minha vida
a limpo
sem
***
salva-te, amor
salva-te do amor
salva o amor
com ardor
com a dor
com asas
de condor
salva-te do amor
salva o amor
com ardor
com a dor
com asas
de condor
***
meu
destino
tem
uma bomba-relógio
estou
no
f i
o
da
na
va
lha
***
hoje
a
hora
i
m
p
o
s
s
í
v
e
l
anuncia
a
quimera
possível
***
danço
um
tango imaginário
e
me vejo sozinho no salão
abstração
dos meus passos trôpegos
que
as mãos calculam e reproduzem com sofreguidão
em
versos torpes, bêbados e de pouca inspiração
***
madrugada
afora
minha
vida adentro
só me resta este lamento
***
o
dia gira
gira
gira
gira
gira
gira
gira gira
gira
gira
gira
gira
gira
gira
e
não
vai
a
lugar
nenhum
DESPIDO, novo livro de poemas de Paulo Avila
DESPIDO é o nome do meu novo livro de poemas, e pode ser adquirido pelo meu Facebook (https://www.facebook.com/paulo.avila.92), pelo site da Editora Multifoco (http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=1219&idProduto=1251) ou na livraria Cia do Livro de Vassouras, Barra do Piraí e Valença.
Quem leu e gostou (ou não), entre em contato com o autor, comente aqui no blog ou por e-mail, ou mesmo pelo Facebook.
domingo, 24 de março de 2013
Posse na Academia de Letras de Vassouras
No dia 5 de março, ocorreu minha posse como membro titular na Academia de Letras de Vassouras. Momento de muita alegria para mim, para minha família e amigos. Abaixo, algumas fotos desse momento e o meu discurso de posse.
O Jornal Tribuna do Interior, de Vassouras, cobriu o evento. A versão on line está aqui, e pode ser conferida a reportagem: http://flip.siteseguro.ws/pub/tribunadointerior/
DISCURSO DE
POSSE DE PAULO AVILA – ACADEMIA DE LETRAS DE VASSOURAS, em 05 de março de 2013.
É com imensa alegria que ocuparei a
cadeira nº 21 desta nobre Academia de Letras, a qual visitei pela primeira vez
há aproximadamente 7 anos. Nunca imaginei que me tornaria um dia um acadêmico.
Eu era apenas um jovem apaixonado por poesia, porém com grandes sonhos, como é
próprio da idade.
O patrono da cadeira que ocuparei é
Iberê Gilson. Geralmente, os homens e mulheres ligados à arte são
contemplativos, sonhadores, sensíveis ao extremo. Iberê Gilson foi assim: um
homem ligado às artes, que publicou livros de poemas e crônicas. Mas foi também
um homem de ação, ajudando o Brasil a crescer e se modernizar entre as décadas
de 40 e 70. Estudou muito as áreas de Administração, Economia, Contabilidade e
Direito, obtendo o grau de Doutor. Dessa forma, muito colaborou na
Administração Pública, em altos cargos do Governo. Também se destacou na vida
acadêmica, atuando como professor na UFRJ e na Universidade de Brasília.
Viver pela arte é um encanto. E é essa
palavra que traduz a vida de Jacques Levin, imortal que ocupou a cadeira nº 21.
Segundo
o dicionário, “encanto” é a “ação de encantar, de enfeitiçar por meio de supostas
operações mágicas. Coisa maravilhosa, de sedução irresistível. Pessoa que
encanta. Qualidade da pessoa ou coisa, que agrada em extremo”. Entrando em
contato com sua obra, pude sentir esse encanto poético.
Jacques Levin nasceu no Rio de Janeiro em 02/07/1946. Graduou-se em
Engenharia e colaborou nos projetos de expansão da indústria siderúrgica.
Mudou-se para Vassouras em 1986 e trabalhou como professor universitário até
2000.
Graduou-se também em Medicina, em 1993, e se especializou em
Acupuntura. Colaborou na implantação do programa Saúde da Família. Percebemos
assim que Jacques Levin tinha algo em comum com o nosso patrono Iberê Gilson:
ambos foram homens ligados à arte literária, produziram, mas também ajudaram de
alguma forma com a sociedade. O artista, embora seja subjetivo, pensa
globalmente. Como já disse, homens de ação.
Mas conhecemos um imortal por aquilo que ele produz, e Levin produziu
muito. Em 1976, publicou um conjunto de poemas intitulado “Jogo o teu jogo”
numa edição mimeografada, sob pseudônimo de Joel Dantas (100 exemplares foram
distribuídos em mãos, como era costume naqueles tempos).
O livro pode ser encontrado na íntegra em um site na Internet. Um
grande achado, uma relíquia, que mostra o dia a dia, as questões sociais, o
mundo pós-moderno. Vale destacar o poema-título:
Jogo o teu jogo
Enquanto não pego
A tua jugular
Pois sob o teu jugo
burguês,
separar
É duro, difícil
O trigo
Do joio
O nojo
Do dia de hoje
Por isso
jogo o teu jogo
Por isso
julgo teu jogo
Por isso
Pretendo fazer-te
Desaparecer.
Pois sob o teu jugo
burguês,
separar
É duro, difícil
O trigo
Do joio
O nojo
Do dia de hoje
Por isso
jogo o teu jogo
Por isso
julgo teu jogo
Por isso
Pretendo fazer-te
Desaparecer.
Em 1999, escreveu o livro “Aqueles que devem morrer”, romance que
retrata bem os dias de ditadura no Brasil.
Em 2000, escreveu o livro de poemas “Propaganda da vida”. Essa é uma
obra politizada e, ao mesmo tempo, reflexiva; alguns poemas são diretos, secos,
mesmo assim poéticos como os grandes discursos românticos de Castro Alves, o
poeta dos escravos. Podemos destacar os seguintes poemas:
POEMA ANTIGO
Dizem que o Brasil
É o país da fraude
Um país falsificado
Para inglês ver.
Os remédios não são remédios,
Não curam nada, não remediam nada,
São de farinha de milho
Misturada com goma arábica.
A polícia não policia nada,
Não quer nada, não é de nada,
E ainda diz que é mal remunerada.
O governo não governa nada,
Renunciou ao governo,
Diz que o país é ingovernável
E requer reformas já.
O dinheiro é de mentirinha,
Não vale nada, é papel pintado.
E a aposentadoria,
essa é que não vale nada mesmo,
Quando alguém se aposenta
é garantia de continuar trabalhando
Até o final dos tempos.
Dizem que no Brasil
O que funciona bem é o carnaval.
Também pudera,
É o máximo em falsificação,
Povo fantasiado,
Com brilho e lantejoulas,
Povo fingindo que é feliz,
Povo vestido de nobre,
De culote e chinó
Simulando dançar minueto
Enquanto o samba
Come rasgado.
Dizem que o Brasil
É o país da fraude
Um país falsificado
Para inglês ver.
Os remédios não são remédios,
Não curam nada, não remediam nada,
São de farinha de milho
Misturada com goma arábica.
A polícia não policia nada,
Não quer nada, não é de nada,
E ainda diz que é mal remunerada.
O governo não governa nada,
Renunciou ao governo,
Diz que o país é ingovernável
E requer reformas já.
O dinheiro é de mentirinha,
Não vale nada, é papel pintado.
E a aposentadoria,
essa é que não vale nada mesmo,
Quando alguém se aposenta
é garantia de continuar trabalhando
Até o final dos tempos.
Dizem que no Brasil
O que funciona bem é o carnaval.
Também pudera,
É o máximo em falsificação,
Povo fantasiado,
Com brilho e lantejoulas,
Povo fingindo que é feliz,
Povo vestido de nobre,
De culote e chinó
Simulando dançar minueto
Enquanto o samba
Come rasgado.
A INFLAÇÃO DA VIDA
A vida perde o valor
E tem que passar mais rápida.
As crianças envelhecem
Bem antes de chegar aos trinta.
Crianças em tudo prematuras,
Em tudo imaturas,
Dormem pelas calçadas
Enroladas em papelões.
Seu tempo corre mais rápido,
Já nascem desempregadas,
Fazem sexo aos oito ou dez,
Aos doze são prostitutas,
Aos quinze assaltantes,
Ou cavalo, pombo correio, mastim.
Aos vinte já são defuntas,
Almas tristes, revoltadas,
Que se evolam do mundo
Sem terem experimentado a vida.
Ou será que é isso a vida?
A única vida,
A única que existe,
A única que podem conhecer.
Uma vida inflacionada,
Das crias, criaturas, crianças,
Que como as tartaruguinhas,
Tentam chegar às águas,
E morrem ao longo das praias,
Sem nunca terem nadado,
E sem conhecer o mar.
E tem que passar mais rápida.
As crianças envelhecem
Bem antes de chegar aos trinta.
Crianças em tudo prematuras,
Em tudo imaturas,
Dormem pelas calçadas
Enroladas em papelões.
Seu tempo corre mais rápido,
Já nascem desempregadas,
Fazem sexo aos oito ou dez,
Aos doze são prostitutas,
Aos quinze assaltantes,
Ou cavalo, pombo correio, mastim.
Aos vinte já são defuntas,
Almas tristes, revoltadas,
Que se evolam do mundo
Sem terem experimentado a vida.
Ou será que é isso a vida?
A única vida,
A única que existe,
A única que podem conhecer.
Uma vida inflacionada,
Das crias, criaturas, crianças,
Que como as tartaruguinhas,
Tentam chegar às águas,
E morrem ao longo das praias,
Sem nunca terem nadado,
E sem conhecer o mar.
SÉCULO 21
É essa uma nova estrada,
Espaços nunca percorridos?
Teria o universo grande esperança no homem,
Ou é o homem que espera do universo?
Nau perdida, à deriva,
Pedaços de uma explosão.
É de espantar
Que num piscar de olhos
Haja vida,
Mas no piscar seguinte
O que haverá?
Um tempo que passa,
O tempo presente,
Ou nem isso.
É essa uma nova estrada,
Espaços nunca percorridos?
Teria o universo grande esperança no homem,
Ou é o homem que espera do universo?
Nau perdida, à deriva,
Pedaços de uma explosão.
É de espantar
Que num piscar de olhos
Haja vida,
Mas no piscar seguinte
O que haverá?
Um tempo que passa,
O tempo presente,
Ou nem isso.
Em 2001, publicou “Dias de Encanto”, livro de contos sobre a infância e
a adolescência, pela Editora Quartet. Sim, é realmente um tempo de encanto esse
período da vida em que ocorrem tantos perigos, tantos sonhos, ilusões, a perda
da inocência, desejos e a certeza incerta de que tudo será – ou não – para
sempre. Mas quando se é poeta, não se perde o encanto, mesmo tendo se tornado
adulto. Os contos evocam tempos distantes, que ficam vivos na memória. Na
verdade, o artista se recusa a crescer, quer estar sempre encantado pelas
lembranças, pelas histórias, pela possibilidade da linguagem-mundo que está por
toda parte, até – principalmente – nas coisas mais simples. Vale destacar o
belíssimo trabalho de ilustração da capa e dos contos feito pelo acadêmico
desta Academia, Sérgio Lima. Foi um trabalho em parceria que obteve um
excelente resultado, em que um grande talento da poesia uniu-se a um grande
talento das artes plásticas.
Foi eleito para ocupar a cadeira 21 da Academia de Letras de Vassouras
em 2002. Imortal. Com a sina do encanto e de fazer encantar pela palavra. Todo
poeta é gauche, é torto, como foi Drummond. Eis a sua sina pelas veredas da
vida. E Levin escreveu sobre isso:
Eu sou gaucher
Mais ainda do que gauche
Eu sou gaucher na vida
gauche não tem cura, só poesia.
Eu sou gaucher na vida
gauche não tem cura, só poesia.
Em 2005, publicou, em parceria com Antonio Couto e Dionísio Teixeira, o
livro “Melhor de Três”, pela Editora Folha Democrática, contendo crônicas e
poemas diversos divididos pelos temas “Lutando”, “Vivendo”, “Amando” e
“Pensando”.
Levin mantinha ativa uma página com seus textos diversos no site
Recanto das Letras; entre poemas, crônicas, contos, cartas, artigos,
pensamentos, letras de música, frases, resenhas, teoria literária etc.,
encontramos, ao todo, nesse site, 1171 textos! O que chama a atenção é sua
versatilidade diante dos gêneros e da temática, que atravessa os terrenos do
coração, faz um brinde ao amor, celebra a amizade, revolta-se diante da
sociedade caótica, questiona, indaga, revolta-se, reflete sobre a vida.
Vale a pena comentar aqui uma reflexão de Levin sobre a amizade: “De
tudo fica o valor da amizade. Os indivíduos amparam-se uns aos outros. Os
amigos, amparam-se mais”.
Em “Espécie em extinção”, Levin reflete com ironia e bom humor sobre o
homem culto como uma espécie em extinção: “O homem culto é uma espécie em
extinção; também pudera, pois morrem cada vez mais homens cultos e só nascem
ignorantes”.
Chamam a atenção os três últimos poemas postados no site pouco antes de
seu falecimento, que mostram bem um pouco de sua inspiração, de sua arte. Três poemas
reflexivos, que mostram o estado de espírito do eu lírico diante da vida.
Emoção (postado em 26/04/2012)
Tal como estar moribundo
vai a vida a cada instante
Para aonde?
vai a vida a cada instante
Para aonde?
Dores (01/05/2012)
dores e pavores
se confundem, cinzas dias,
chuvosos e frios.
se confundem, cinzas dias,
chuvosos e frios.
Rio de Janeiro (02/05/2012)
Dias cinzentos e chuvosos,
por mais que olhe,
não vejo o Rio de Janeiro...
por mais que olhe,
não vejo o Rio de Janeiro...
Deste último poema postado (e talvez
produzido, quem sabe), podemos pensar: sendo carioca, o poeta retorna às suas
origens nesses versos, como refúgio, como certeza de que precisava exorcizar
suas dores. Talvez esse retorno à sua origem tenha relação com o sentimento de
fim. Talvez... essa seria uma discussão filosófica, e não caberia discuti-la
neste momento. Mas os dias sombrios e cinzentos podem ser metáfora para algum
sentimento triste de perda, de uma vivacidade e encanto da juventude que se lhe
escapava. E o retorno, na lembrança, à sua origem, talvez seja uma tentativa de
ligar as duas pontas: a sua vida a um tempo de encantamento vivido quando era
mais jovem. Mas não é mais possível no plano físico: os dias estão cinzentos e
chuvosos e esse retorno é uma utopia.
Enfim,
em 07 de maio de 2012, o nosso homem partiu. É o fim? De forma alguma. Vai o
homem, fica a arte. Uma arte intensa, poética, eternizada. Encantada. Com a
força de fazer encantar.
“As
pessoas não morrem; ficam encantadas”, disse Guimarães Rosa em seu discurso de
posse na Academia Brasileira de Letras em 16/11/1967. Jacques Levin, portanto,
um imortal, encantou-se em 07 de maio de 2012. E como ele mesmo disse: “Acho que já estou com as obras completas. De vez em quando, vem mais
uma. Quando acordo, me surpreendo: mais um dia. Que beleza, vamos vivê-lo”.
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