quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Belezas do caos pós-moderno


O cara bateu na menina até ela sangrar e perder a consciência; depois estuprou-a, num ato próximo à necrofilia.

A menina é acusada de falta de decoro – há alguma coisa estranha.

Crianças desaprendem na escola.

Violência é o atrativo da semana.

Mais um acidente. Tantos curiosos à nossa volta. A desgraça virou programa de auditório.

Rostos sem nome, sem pernas, sem crânios, sem vida. Muito interessante.

A tragédia é mais bonita ao vivo do que na televisão.

A morte alheia é um espetáculo – Novo império Romano em praça pública. Circo sem pão.

Jogue seu avião no próximo prédio. Mate um recém-nascido jogando-o da janela do seu apartamento. Seja inconsciente de seus atos. Eu te perdôo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Não haverá amanhã para a criança no útero e nem para o jovem que perambula sem destino pela sujeira das grandes cidades. Dê ao primeiro uma navalha como seu primeiro brinquedo – será muito útil no futuro. Ao segundo dê uma arma e o abstenha de livros e de futuro.

Estes dias são insensatos e paradoxalmente comuns.

Talvez uma bomba atômica resolva o nosso problema (o caráter humano já se encontra em extinção).

Matem as vontades.

O sadismo social permanece – fetiche pós-moderno.

Não sinta, não reflita, não ame ninguém. Não vale a pena. Quem se aproxima é um estranho, pode ser o seu inimigo número um, nada mais.

Esconda-se no vazio de seu mundo super protegido de mentiras e ironias.

O amanhã é incerto e o pavio é curto.

Feche os olhos e durma para não morrer.

Sem ética, sem esperança, sem compaixão, insensíveis à dor e a tudo o que se tornou sensacionalista e comum... Prosseguimos mesmo assim, sem destino e sem grandes objetivos, sobrevivendo e não vivendo.

O mundo está um caos.

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