quinta-feira, 5 de março de 2009

Renascimento


Queda.
Reerguer os escombros do espírito.
Desvelo ao acaso e infortúnios à solta.

A cada dia um novo lamento,
um novo desejo efêmero,
um novo motivo para se sentir sozinho.

Tornar-se o que os outros querem,
desfigurar a frágil flor
que brotou e murchou.

Amar e desamar,
jogar-se em queda-livre.
Matar-se aos poucos
envenenando o coração.

Sonhar por ser a única liberdade
que não nos podem tirar
enquanto os carrascos do corpo
querem martirizar a alma cicatrizada
pelo tempo, pelo mal incurável
que se alastrou como erva daninha.

Temos um câncer, uma ressaca moral
que nos afeta no sono,
que adormece os sentidos,
que nos corrói aos poucos
em culpa, medo e pesar.

A cura?
O amor, que é consolo para o coração,
que é libertação e renascimento,
dilúvio, fervor e devoção,
fonte divina que não seca jamais,
infinito que se completa com fé, esperança
e dias de paz, cumplicidade e gratidão.

(Paulo Avila)

2 comentários:

Francione Clementino disse...

Adorei o poema cara! Parabéns!

___Psiquê___ disse...

“É só o amor que conhece o que é verdade”...amor é a salvação!!!