terça-feira, 16 de agosto de 2011

CANSAÇO
Cansado.
Triste.
Um mundo nas costas;
nas mãos, uma prece.

Em voz alta
emudeço
um grito
morto
pós-
mim.


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QUEDA LIVRE
Quedo-me
em queda.
Quero a
quimera.

Quando
se fará
dia?

Quem
me dará
sombra?

Numa futura
primavera
severa
sob cactos
descanso,
dou-me
remanso.

Extasiado,
extenuado,
mutilado,
isolado
do mundo,
de tudo,
de mim.

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FIM
Estio,
fastio,
esguio.

Semblante triste
sob um céu lilás
flamejante...

Prossigo
cantando
desafinado,
descalço,
ferido.

Longo caminho.
Fiquei para trás.
Parei.
Pensei.
Abismado
num abismo
estarrecido,
estagnado,
instável.

Choro seco.
Lágrimas secas.
A boca seca.
O olhar seco.
Eu, seco.

Redundante.
Andante.
Tão desanimado
que seria uma bênção
se,
neste dia em que crianças inocentes
brincam no jardim,
o mundo acabasse
pelo menos para mim.


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