Afago.
Memórias esquecidas.
Um longo tempo.
Alma enferrujada.
Das cinzas fez-se imóvel
a última quimera,
à sombra de prantos e ipês amarelos
que a luz desterra.
Impiedosa fera
que devora.
Ímpia doença
de outrora.
A um passo do arco-íris
a solidão produz imagens
que nada dizem -
abstração da alma tuberculosa.
Sufocado o grito,
o choro compulsivo
aprisionado no peito
sem efeito.
Morta a flor,
símbolo da dor;
bate à porta
a esperança morta.
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Etérea ilusão desnuda
que a tudo inunda,
sobrevive a cada vã descrença.
Desgraça pós-moderna
que a ânsia de vômito revela
como sobrevida anêmica.
Preâmbulos,
pêsames,
pêndulos,
desalinho
e caos.
Tentação sob os véus,
cabala dos aflitos,
a cada esmola,
a cada migalha,
rebuscando a fala
muda e incômoda.
Em farrapos,
a agonia das horas
de um relógio parado.
O ar adocicado,
cheiro de morte,
o frio que congela a pele.
Escuro e nada.
As janelas batem com o vento,
murmúrios longínquos
martelam o inconsciente
a agonia insana,
demente.
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Martírio em minh'alma
sedenta de vida.
Quero o eterno recomeçar
mesmo que fugaz,
na alvorada da insônia.
A alma indômita,
selvagem,
multiplica-se
em paródicas certezas
inverossímeis.
Fábula dos bandidos!
Retratação dos insubordinados!
Insultos glorificados!
Oh, vida insensata!
Renasceremos para o nada
na aurora que vaga
e infame nos cega.
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Minha flor,
tens beleza e força,
disciplina e sinceridade.
Tens beijos que me enlouquecem,
tens o sorriso mais belo,
a doçura que emudece.
Ah! Quanto ainda temos juntos,
quanta vida,
quanta esperança,
quantos sonhos nos esperam
nesse trem da eternidade
que abarca o coração!...
Na experiência das borboletas,
voaremos assim,
libertos de juízo,
na essência apaixonada,
que brota em nosso jardim.
Ah! quanta vida,
quanta beleza -
efemeridade do eterno
que habita em nós!...
quinta-feira, 2 de junho de 2011
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