quinta-feira, 9 de junho de 2011

FACETAS
Desespero.
Desgovernado.
Qual o rumo?
Quais as ilusões?
Último versículo.
Rastros.
Mistérios.
Miséria da alma.

Eu recôndito em mim.
Impureza sem mácula.
Asas.
Voo.
Queda.
Escombros.
Erguer-se.
Facetas de mim.
Falácias.
Fauna humana.
Lágrimas.
Sem ar, sem mar.
Vácuo.
Vazio.
Nada.
Estigmatizado.
Pragmatizado.
Eu sem mim.
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PARALISIA
Deixe-me aqui,
estou bem, sozinho,
na inquietude niilista,
entre a tempestade e a calmaria.

Imperpétuo,
flores brancas no altar da desordem.
Um sorriso de soslaio.
Uma foto não tirada,
um destino enganado.
Ledo engano.

Apague de mim,
memórias,
lembranças;
preciso esquecer
diários,
torturas,
maledicências
e falsas benevolências.

Infância tardia, retrógrada e bastarda
como ervas daninhas no cimento,
no coração descompassado,
na ilusão que cai
feito chuva.

Eis a vida,
triste acaso ocaionado,
ocaso,
sem testemunhas,
cataléptica,
epiléptica,
paralisia temporária
que me persegue no sono:
fantasmas de mim em mim.

Acordo sufocado.
Ainda vivo,
transpirando
de frio.
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COMPLETUDE
Completo me sinto
diante de ti.
Pareço novo,
renovado,
apesar das marcas da vida
em mim.

Completo estou
pela tua presença,
magia
que devora
minha carne
revigora
meus sentidos.

Completo vivo,
metade da minha metade.
Ressuscitado,
libertado,
sou gaivota que singra
ares e mares
em direção
ao teu horizonte.

(Minha casa,
minha vida,
meu destino.)

Sou agora completo
onde estás.

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