As pessoas mais uma vez presenciaram uma grande festa, repleta de colorido, sorrisos, empolgação, alegria, vida e o orgulho que cada esportista tem em defender o seu país.
A busca por medalhas, o encontro entre as nações parece ter um único objetivo: vencer. Mas acredito que, nas entrelinhas dessa competição, há um simbolismo muito mais importante do que simplesmente ganhar uma medalha, o qual permeia as relações e muito pode contribuir com a coexistência da humanidade: a união e o respeito entre os povos.
Sim, nas Olimpíadas deparamo-nos com algo muito especial, que é a diversidade cultural, étnica e social. Pessoas de diferentes mundos, religiões, estilos de vida e costumes confraternizam, mostram que é possível conviver e respeitarem uns aos outros.
Podemos aprender muito com isso e levar essa experiência do outro (estar com o outro, aprender com o outro, aplaudir o outro, dar as mãos ao outro, amar o outro), por mais diferente que ele seja de mim e da minha visão ideológica / identitária.
O sentido de alteridade precisa ser revitalizado entre nós – o outro é importante e pode me ajudar a ser melhor, pode me ajudar a caminhar, pode me ensinar muitas coisas.
No entanto, sabemos que a realidade é muito diferente. Vejamos o nosso mundo: quantas guerras e violências seriam evitadas se cada um aprendesse que o respeito às diferenças é o que torna o nosso mundo mais belo e mais rico!
A intolerância e o desrespeito são forças que movem o ser humano. Ser negro, mulher, homossexual, pobre, indígena é carregar consigo um estigma social, que muitas vezes causa dor e desespero. Se você é diferente, se pensa diferente, se você pertence a grupos diferentes (chamados de minorias – que não são tão minorias assim em nosso país), se professa uma religião diferente, então você é considerado inferior e sofrerá as conseqüências por não ser tratado como cidadão. E assim a nossa sociedade ganha em exclusões, preconceitos, violências físicas e psicológicas.
Vivemos tempos loucos. Tempos de desespero, de neuroses, de intolerâncias à flor da pele. O diálogo cedeu lugar aos gritos, aos preconceitos, às bombas, à violência...
Não podemos nos acomodar; é dever de todos nós banir toda forma de preconceito, mostrando assim que o mais importante é a essência de cada um, os valores que cada um traz consigo, o direito de viver, de ser livre, de ser respeitado. O direito que cada um tem de ser feliz.
Vejamos os Jogos Olímpicos e aprendamos a torcer. A torcer para que a vitória da fraternidade, da convivência pacífica e da união entre as diferenças (étnicas, sociais, culturais, religiosas, sexuais) seja um espelho para as nossas relações humanas.
Afinal, somos todos diferentes, mas iguais em direitos e deveres.
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