quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Subjetividade do eu-lírico







Se eu fosse um poema, com certeza seria romântico-modernista com versos brancos e livres.

Se eu fosse uma canção, seria um misto de Legião Urbana, The Smiths e Radiohead.

Se eu fosse um filme... Ah, não sei... Talvez seria um daqueles em preto-e-branco de Chaplin.



Uma peça de teatro com as cortinas fechadas e uma pequena platéia. Um dia nublado, com raios de sol furtivos aqui e ali. Uma noite numa mesa de bar, num lugar estranho, solitário, à espera de ninguém. À espera de mim mesmo.

Queria encontrar palavras para me definir.

Desisti logo em seguida: sou indefinível. Tão simples e ao mesmo tempo tão complexo que nem eu me compreendo às vezes.

Sigo impulsos, fases da lua, leio horóscopo raramente, mesmo sem acreditar. (Talvez por isso eu prefira os livros.) Sou ariano, aprendo com os erros. Teimoso ao extremo. Sensível e tímido.



Meio roqueiro, meio poeta, meio nada disso e um pouco mais. Um eu-lírico versificando idiossincrasias e subjetividade, com vícios e figuras de linguagem, fabricando e reciclando palavras soltas ou nas entrelinhas do coração e dos sentimentos que pairam por toda parte.

Sou assim mesmo. Será difícil de entender?

Demorei muito tempo para me aceitar assim como eu sou, com meus defeitos e meu modo de pensar. Hoje não abro mão de ser assim, seja como for, doa a quem doer.

Aprendo a ser eu mesmo a cada dia. É um aprendizado constante e muito importante para mim. Não quero ser como os outros ou como querem que eu seja. Respeito-me e isso basta. Respeitem-me e estarei satisfeito.

Só aprendemos a ser quem somos com o tempo... mesmo que demore uma vida inteira.

Um comentário:

___Psiquê___ disse...

Adorei a "subjetividade do eu-lírico"!!! Identifico-me com as últimas estrofes.